Parque onde turista morreu ao saltar de pêndulo em Campo Magro estava interditado: ‘Não tem licenças’

5 de November de 2024 0 By Braz de Morais

Prefeitura disse que ‘gestores do parque atuam por conta e em desconformidade com as leis’; jovem, 25, morreu ao saltar e colidir contra pedras


Por Guilherme Lara da Rosa em 04 de novembro, 2024 as 15h45.

Parque Ecológico Lagoa Azul, onde uma turista morreu após saltar de um pêndulo no domingo (3), estava interditado antes e no dia em que houve o acidente, segundo a Prefeitura de Campo Magro, na região metropolitana de Curitiba. A mulher, de 25 anos, morreu ao colidir contra pedras.

Segundo a administração municipal, o parque não possui licenças de funcionamento, incluindo as ambientais, além do alvará e da autorização do Corpo de Bombeiros. “Os gestores da área chamada de parque atuam por conta e em desconformidade com as leis municipais”, informou a prefeitura à Banda B.

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De acordo com a Polícia Civil, o caso é investigado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O delegado responsável pelo inquérito contou à reportagem que esteve no local do acidente e ouviu algumas pessoas que estavam na mesma excursão que a vítima, que vivia em Joinville (SC).

Parque onde turista morreu ao saltar de pêndulo em Campo Magro estava interditado: 'Não tem licenças'
Jovem colidiu contra pedras durante o salto e morreu no domingo (3); ela saiu de Joinville (SC) —Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

“Subimos até a plataforma e localizamos, junto à perita, os equipamentos de segurança da vítima, que foram recolhidos para auxiliar no laudo pericial. Ali é um esporte que se chama rope jump, onde a pessoa salta de uma plataforma em um penhasco de mais ou menos 100 metros e vai pendular em uma corda, que fica pendurada”, explicou o delegado Guilherme Donde.

Donde destacou ainda que a mulher estava presa a uma “linha de vida”, um sistema de segurança criado para proteger a pessoa durante o salto e garantir que ela permaneça segura em caso de queda ou perda de controle. No entanto, a corda, diz ele, deve ser solta antes do salto. “No caso dela, a linha, que é mais curta, não foi solta”, concluiu.

A mulher foi encontrada em uma área seca do meio da lagoa após a queda, segundo o Corpo de Bombeiros.

Em nota, a empresa Ojheik Rolês, responsável pela atração em que a jovem morreu, disse que lamenta profundamente o acidente e que está prestando apoio e solidariedade à família da vítima. “Além disso, esclarece que a empresa e seus funcionários estão ao dispor das autoridades competentes para eventuais esclarecimentos sobre as circunstâncias do acidente”, diz trecho do comunicado.

A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (4) que o dono e dois funcionários do Ojheik Rolês compareceram à delegacia, mas permaneceram em silêncio durante o depoimento.

Banda B também procurou os responsáveis pelo Parque Ecológico Lagoa Azul, mas não havia obtido retorno até a última atualização deste texto.