Novo equipamento da Polícia Científica vai tornar mais precisa a análise de crimes no Paraná

22 de November de 2024 0 By Braz de Morais


De acordo com o chefe da Seção de Genética Molecular Forense da PCP, Pedro Canezin, o sistema purifica o material obtido, prepara as amostras para quantificação e ajusta a quantidade de DNA a ser amplificada – um processo conhecido como normalização. Até então, os procedimentos de coleta e análise de material genético eram feitos manualmente pelos peritos da Polícia Científica, que precisavam manipular as amostras junto com reagentes químicos, muitos deles tóxicos.

Com a automatização, os riscos de contaminação são minimizados, o que garante uma amostra mais pura e, consequentemente, resulta em mais qualidade aos resultados e confiabilidade às análises feitas a partir do material coletado. “A célula espermática, que é uma célula sexual, tem toda uma peculiaridade para que se consiga extrair o material genético, e o Autolys faz isso de uma maneira ultra pura, o que garante um rendimento potencializando na resolução de crimes sexuais”, esclareceu.

Além da precisão, a PCP também deve ganhar em eficiência. Segundo Canezin, o novo equipamento é capaz de processar cerca de 88 amostras de uma só vez, o que representa de três a quatro vezes mais do que a capacidade atual dos peritos. “Com isso conseguiremos aumentar o número de laudos de violência sexual liberados para a justiça e a tendência é que tenhamos uma redução do tempo de liberação, que até então demorava de uma a duas semanas em média desde a extração, amplificação, separação e análise do perfil pelos peritos”, explicou.

MELHORIA CONTÍNUA – A plataforma Autolys é operada por apenas outros quatro estados e pela Polícia Federal, o que coloca o Paraná entre aqueles com os maiores e mais modernos parques tecnológicos para o processamento de DNA no Brasil.

A iniciativa é mais uma que visa melhorar a estrutura da Polícia Científica do Paraná e, sobretudo, o laboratório de genética molecular da corporação, criado há 20 anos e uma referência nacional pela sua política de constantes inovações.

A plataforma faz parte do Programa Laboratório de DNA 2.0, cujo nome faz referências às duas décadas de criação da estrutura, e visa combater a impunidade nos casos de violência sexual. Em abril, a PCP já havia recebido um novo equipamento de análise química de amostras adquirido pelo Governo do Estado por R$ 465 mil. Chamado de Espectrômetro Portátil, ele é utilizado desde então na identificação de agressores sexuais.

Neste momento, a Polícia Científica do Paraná trabalha na compra de 12 softwares de análise de DNA e 12 equipamentos, avaliados em mais de R$ 8 milhões, para o laboratório de genética, cujo processo já está em estágio avançado. Também está em andamento um concurso público para a contratação de 30 novos peritos oficiais criminais, com expectativa de nomeação dos aprovados nos próximos meses.

“A PCP não é feita apenas de estruturas e equipamentos, que são referência em nível nacional e internacional, mas principalmente dos seus servidores, que fazem um trabalho de excelência no uso dessas tecnologias”, comentou o diretor-geral da instituição.

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