Cinco são presos por adulteração de fertilizantes em Araucária; suspeito tentou subornar policiais com R$ 150 mil

O grupo foi autuado por associação criminosa e receptação qualificada; suspeito de suborno também vai responder por corrupção ativa

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Por Guilherme Lara da Rosa e Djalma Malaquias em 06 de novembro, 2024 as 11h17.

Cinco pessoas foram presas em flagrante, nesta terça-feira (5), por adulteração de fertilizantes em um barracão localizado em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. Um dos suspeitos, que é dono do barracão, também foi preso por corrupção ativa, após oferecer R$ 150 mil aos policiais para evitar a prisão.

Durante a operação, os policiais flagraram uma carreta descarregando uma carga de fertilizantes que estava sendo misturada com outros produtos para adulteração. No local, foram detidos os cinco suspeitos, incluindo o responsável pelo barracão onde o esquema era operado.

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Durante depoimento, um dos envolvidos admitiu que parte da carga original já havia sido desviada, enquanto outra parte seria transportada com nota fiscal adulterada. De acordo com o delegado André Feltes, os fertilizantes têm sido os principais alvos dos criminosos devido à dificuldade em atestar a qualidade dos produtos.

“No caso dos fertilizantes, eles costumam trocar até 50% da carga e substituir por um insumo que custa 10% do preço, como calcário. O fertilizante tem sido muito procurado nesse tipo de fraude porque normalmente vai para as fazendas, onde nem sempre é testado. Isso gera lavouras bem menos produtivas e só seis ou sete meses depois o fazendeiro vai saber que o produto não era bom”, explicou.

O grupo foi autuado por associação criminosa e receptação qualificada. “O dono do local tentou subornar a equipe policial, oferecendo inicialmente R$ 50 mil e, depois, aumentando para R$ 150 mil”, acrescentou o delegado.

Segundo Feltes, os caminhoneiros que faziam o transporte das cargas eram “aliciados” e chegavam a receber até R$ 40 mil. “Esses caminhoneiros recebem geralmente entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. No caso de ontem, o dono do barracão falou que tinha pago R$ 40 mil para um motorista, e a carga valia R$ 150 mil”, disse ele.

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) esteve no local e também constatou as irregularidades. A equipe da Polícia Científica foi acionada para coletar provas e documentar as ilegalidades encontradas.